
Conheci um Hippie totalmente maassa, poeta,historiador,critico de arte,antropólogo, ele diz ser o motoqueiro fantasma,mas ele não tinha moto, e sim uma bicicleta maluca,o cara era alucinante,encantado parecia ter saido direto do woodstock,ele conhece os quatro canto do brasil e agora pretende conhecer a europa!Ficamos horas trocando idéias, ele me contou histórias incriveis,me contou segredos que ele nunca revelaria para ninguém e disse que revelou para mim por que como disse ele eu tenho "o brilho no olhos". Um de seus segredos, era o segredo do infinito! É claro eu não revelareei, ele me pediu sigilo. Disse para mim ler o Livro do FACSINANTE, GIORDANO BRUNO que eu entenderia melhor o segredo.E é claro que eu fui correndo pesquisar, encontrei e li. "De l’infinito, universo e mondi". Quero ler todos os outros de mesma autoria. fiquei encantada! Deixo a dica para vocês descobrirem o segredo!
VALE A PENA LER! RECOMENDO.
Se eu, ilustríssimo Cavaleiro, manejasse o arado, apascentasse um rebanho, cultivasse uma horta, remendasse um paletó, ninguém faria caso de mim, raros me observariam, poucos me censurariam, e facilmente poderia agradar a todos. Mas, por eu ser delineador do campo da natureza, atento ao alimento da alma, ansioso da cultura do espírito e estudioso da atividade do intelecto, eis que me ameaça quem se sente visado, me assalta quem se vê observado, me morde quem é atingido, me devora quem se sente descoberto. E não é só um, não são poucos, são muitos, são quase todos. Se quiserdes saber porque isto acontece, digo-vos que a razão é que tudo me desagrada, que detesto o vulgo, a multidão não me contenta, e só uma coisa me fascina: aquela, em virtude da qual me sinto livre em sujeição, contente em pena, rico na indigência e vivo na morte; em virtude da qual não invejo aqueles que são servos na liberdade, que sentem pena no prazer, são pobres na riqueza e mortos em vida, pois que têm no próprio corpo a cadeia que os acorrenta, no espírito o inferno que os oprime, na alma o error que os adoenta, na mente o letargo que os mata, não havendo magnanimidade que os redima, nem longanimidade que os eleve, nem esplendor que os abrilhante, nem ciência que os avive. Daí, sucede que não arredo o pé do árduo caminho, por cansado; nem retiro as mãos da obra que se me apresenta, por indolente; nem qual desesperado, viro as costas ao inimigo que se me opõe, nem como deslumbrado, desvio os olhos do divino objeto: no entanto, sinto-me geralmente reputado um sofista, que mais procura parecer sutil do que ser verídico; um ambicioso, que mais se esforça por suscitar nova e falsa seita do que por consolidar a antiga e verdadeira; um trapaceiro que procura o resplendor da glória impingindo as trevas dos erros; um espírito inquieto que subverte os edifícios da boa disciplina, tornando-se maquinador de perversidade. Oxalá, Senhor, que os santos numes afastem de mim todos aqueles que injustamente me odeiam; oxalá que me seja sempre propício o meu Deus; oxalá que me sejam favoráveis todos os governantes do nosso mundo; oxalá que os astros me tratem tal como à semente em relação ao campo, e ao campo em relação à semente, de maneira que apareça no mundo algum fruto útil e glorioso do meu labor, acordando o espírito e abrindo o sentimento àqueles que não têm luz de intelecto; pois, em verdade, eu não me entrego a fantasias, e se erro, julgo não errar intencionalmente; falando e escrevendo, não disputo por amor da vitória em si mesma (pois que todas as reputações e vitórias considero inimigas de Deus, abjetas e sem sombra de honra, se não assentarem na verdade), mas por amor da verdadeira sapiência e fervor da verdadeira especulação me afadigo, me apoquento, me atormento. É isto que irão comprovar os argumentos da demonstração, baseados em raciocínios válidos que procedem de um juízo reto, informado por imagens não falsas, que, como verdadeiras embaixadoras, se desprendem das coisas da natureza e se tornam presentes àqueles que as procuram, patentes àqueles que as miram, claras para todo aquele que as aprende, certas para todo aquele que as compreende.
Giordano Bruno
De l’infinito, universo e mondi
1584
citado por Charles Kiefer.
Pretendo fazer uma entrevista com o Hippie Pericles irmão de Diógenes e ulisses, e postar aqui, em breve!
Bruna Araujo.
beijo doce!